terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Varal do Beijo: Uma história de amor e arte.

Desde que surgiu, em 2013, nos bastidores do OFICENA - Curso Livre de Teatro de Cabo Frio, o "Varal do Beijo" começou apenas com a intenção de mostrar os trabalhos de estudantes de teatro, que gostavam de desenhar e pintar. Foi uma iniciativa quase tímida da jovem Nathally Amariá.  Ela se aproximava das pessoas e perguntava se queriam pendurar alguma arte para mostrar para o público, hoje, 4 anos depois, o "Varal do Beijo" é uma sensação na cidade. Atrai novos artistas e contribui para a renovação das artes visuais local.

*

Nathally Amariá no trabalho de manusear e escolher obras 
de arte com o carinho de quem ama o que faz e prestigia os 
artistas locais.  Foto: Jidduks
A ideia foi ganhando força e ficando cada vez mais sofisticada, ao ponto de, quando não tinha, alguém, sugeria fazer rapidamente, nem que fosse pra constar. Aos poucos a ideia foi pegando. Os artistas visuais foram aparecendo, para dar corpo e energia ao novo espaço para exposições alternativas e itinerante de Cabo Frio.
No final de 2014, o "Varal" começou a ser esticado sempre que tinha uma sessão do Cine Mosquito, no início, na Casa Scliar, que tem um imenso corredor, quase um túnel, por onde era possível esticar uma bela corta, preder com grampos e encher de obras de arte. Os artistas da cidade foram ficando mais interessados e começaram a trazer seus trabalhos de forma mais regular, sempre tinha alguém querendo participar daquele acontecimento artístico, e, com o passar do tempo, Nathally percebeu que tinha uma grande "questão de arte", nas mãos. Um suporte para exposição, uma forma de ampliar e juntar forças com novos e velhos artistas da cidade.
O compromisso com o varal se consolidou quando a jovem resolveu estudar Artes Visuais na UNOPAR, curso que irá concluir em 2018. O percurso pela faculdade de artes lhe ofereceu não só, uma ampliação no olhar, mas também, um mergulho profundo no fazer artístico e, aos poucos, deslocou parte de sua atividade artística para "cuidar" dos artistas visuais de Cabo Frio e região, principalmente os de sua geração, para oferecer a todos, uma singela interlocução entre seu trabalho e o público. Ela passou a executar essa atividade com frequência, no "Cine Mosquito", um cineclube peculiar, que completa 10 anos em 2018 e que é o principal acolhedor do "Varal do Beijo".
Foi durante as sessões de cineclubismo que as idéias floresceram, até surgir um forte impulso em colocar, de forma mais agressiva, os artistas para expor, não só em coletivas, mas também, em individuais. A ideia floresceu em março de 2016, o primeiro Cine Mosquito realizado no espaço USINA4, lugar que acolheu com vigor, todo o esplendor criativo e ousado da jovem cabofriense, que, tinha então, 21 anos de idade. 
Hoje, o Varal do Beijo, com 4 aos de existência, promete fazer muito mais pela arte, expondo artistas que queiram aceitar o desafio de mostrar sua arte num varal que é a cara da cidade. Simples mas sofisticado, atraente para olhares atentos, gulosos e apaixonados por arte. Um encontro que faz do desenho e a pintura, uma energia a mais para ser compartilhada com os amantes da arte.
O Varal artístico é uma velha tradição medieval das artes, surgiu muito antes dos salões de exposições, era uma forma da arte ganhar as praças e chegar até as populações, em feiras de objetos e comestíveis. Sua história remonta a velha china e hoje é uma ideia difundida no mundo todo, espaço que facilita o trânsito do olhar e ajuda a construir um painel narrativo e visual da vida artística dos nossos dias.

*

Acompanhe abaixo, os artistas que ganharam exposições individuais no "Varal do Beijo" e, se você é artista e está lendo esta matéria, não deixe sua arte criando poeira em casa, exponha, mostre seu trabalho e deixe a vida acontecer, no olhar das pessoas que amam a arte. Você pode ajudar a contar essa história, basta criar coragem e sair do anonimato.
SUA ARTE PODE VIRAR BEIJO!


Átila Jorge.


Atila Jorge, desenhos de artistas e nus, no "Varal do Beijo" do Cine Mosquito 69, 73 e no "Clube do Teatro Terceira Edição" foto: Jidduks e Ricardo Schmith.
Layla e Nina.
Layla e Nina, "Varal do Beijo" do Cine Mosquito 66. Irmãs com traços diferentes, numa poesia que
encontra a essência visual de cada uma delas.
Foto: Jidduks
Lorena Benevenuto.
lorena Benevenuto, alem de expor no "Varal do Beijo", quando ainda era uma ideia em exercício, foi uma das principais
divulgadora do conceito perante os artistas da cidade, até fazer sua individual no Cine Mosquito 61, em 2016.
Foto: Jidduks
Jiddu Saldanha.
Jiddu Saldanha - Foi convidado para as primeiras coletivas do "Varal do Beijo" e no Cine Mosquito 68, ganhou sua primeira
individual. Foto: Nathally e Marcos Souza.
Brena Lima.

Brena Lima, investigando o nu feminino, exposição no "Varal do Beijo" do Cine Mosquito 72. Foto: Ricardo Schmith
Marcelo Tosta.
Marcelo Tosta ganhou uma individual no "Varal do Beijo" do FesTSolos IV, em 2017, com otima visualização de seu trabalho tocante. Foto: Jidduks.

Rapha Ferreira.





Rapha ferreira, artista contundente, teve sua estréia no "Varal do Beijo" do Cine Mosquito 60. É também um pioneiro,
sempre expôs, quando ainda eram coletivas. Foto: Jidduks
Rico Coutinho.
Rico Coutinho, impessionou, no "Varal do Beijo" do Cine Mosquito 71 - Foto: Jidduks
Tainá Alves.
Tainá Alves, puro encantamento e muita expressão de arte no "Varal do Beijo" do Cine Mosquito 63.

Sanderson Lucas.

Sanderson Lucas e sua arte "psicodelizada" no "Varal do Beijo" do Cine Mosquito 65. Foto: Jidduks
Curta este vídeo feito pelo projeto cinema possível, sobre o Sanderson.


Jiddu Saldanha - Blogueiro - Cabo Frio - 2017.

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Van Gogh - O Último Delírio. Versão acompanhada de bate papo com o ator Rafael Mannheimer.

Texto e Direção - Jiddu Saldanha / Duração 25 minutos.
Atuação: Rafael Mannheimer.

Foto: Jidduks
A ideia básica da encenação de "O Último Delírio de Van Gogh" consiste em exprimir, através da sensibilidade do ator Rafael Mainnheimer a extrema pulsação do Van Gogh mítico que é detentor de todo um inconsciente coletivo do mundo ocidental, tornando-se algo/alguém, muito maior que sua própria vida. Investiga-lo como um fenômeno existencial e artístico só será possível, se criarmos uma imagem atemporal através da arte do teatro.
Para chegar a este "lugar" do sentir e perceber Van Gogh, Jiddu Saldanha, diretor e autor do texto, preocupou-se, principalmente, em criar um ambiente "ritual-Cênico" focado numa espécie de "xamanismo artístico"; daí a figura crucial do ator Rafael Mannheimer, escolhido entre tantos outros candidatos, pra viver um Van Gogh que vai além das especulações históricas.
Criou-se a estilização de um ambiente "vangoghiano" por excelência, onde os detalhes da cena busca, para além do uso de técnicas teatrais, uma essência que se pauta na qualidade de interpretação do ator,  principalmente no que tange à vocalização do texto e no mergulho de expressões que vão buscar no estudo da "mímica livre", da pintura, da dança e do xamanismo, um corpo que se engaje no Van Gogh  imaginário.
Para que pudéssemos trazer à luz, esta montagem teatral, foi necessário buscar no olhar da diretora de arte Alexandra Arakawa, a concepção de um ambiente cenográfico e de  figurinos pintados pelo artista plástico Duda Simões, onde as cores e os traços de Van Gogh-Duda, deverão ser o eixo da expressão total do espetáculo.

FICHA  TÉCNICA
Texto e Direção - Jiddu Saldanha / Ator - Rafael Mannheimer
Direção de Arte - Alexandra Arakawa / Direção Assistente - Nathally Amariá Pintura de figurino e arte gráfica - Duda Simões
Produção - Cia de Artes EM CriAção

Veja o videofoto de Rafael Mannheimer com a música famosa de Don McLean...